sexta-feira, 13 de março de 2009

Colóquio - Cancro da Pele

Informamos a todos os nossos visitantes que será realizado um colóquio subordinado ao tema Cancro da Pele - Medidas Preventivas, sendo as oradoras a Drª. Olga Pereira, dermatologista do Centro Hospitalar Alto Ave - Guimarães e a psicóloga Drª. Ângela Rodrigues. O colóquio realizar-se-à no dia 23 de Abril de 2009 (5ª Feira), das 13h30m às 15h na sala de estudo, da Escola Secundária Martins Sarmento.
Este mesmo colóquio será novamente realizado no dia 18 de Maio de 2009 das 19h às 20h na sala de estudo, desta vez destinando-se aos pais e familiares dos alunos.
Esta actividade está a ser organizada pelo nosso grupo e pela a Professora Rosa Dinis, a quem agradecemos toda a atenciosidade e disponibilidade em nos ajudar no desenvolvimento do nosso projecto.

domingo, 8 de março de 2009

Entrevista a um membro da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo

No desenvolvimento do nosso projecto, realizamos uma entrevista a um membro da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC). Esta entrevista foi dirigida à Dra. Leonor Girão, tesoureira da APCC, com a finalidade de compreendermos em que consiste todo o seu trabalho e actividades desenvolvidas por esta associação. Além disso, pretendíamos tomar conhecimento dos objectivos da mesma, bem como o modo como intervêm na sociedade.
Esta entrevista é pertinente para o desenvolvimento do nosso projecto, dado que o nosso tema relaciona-se com o trabalho realizado pela APCC. Todo o contacto que estabelecemos com a associação, bem como a entrevista realizada a um membro desta, ajudar-nos-á em certas actividades planeadas, nomeadamente na palestra e na campanha.

  • Qual a sua formação em termos académicos?
    Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa.
    Dermatologista membro da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.
    Assistente Hospitalar de Dermatologia no Hospital Militar de Belém.

  • Conhece as razões que levaram à criação desta Associação?
    A associação foi fundada por dermatologistas preocupados com a crescente incidência do cancro cutâneo nas populações. Sendo a pele um órgão de observação directa e percebendo-se a importância de factores externos na génese de muitos dos cancros de pele, entendeu-se que era necessário uma associação que alertasse para estes problemas e divulgasse na classe médica o conhecimento científico mais recente nesta matéria.

  • Quais os principais objectivos/metas da APCC?
    Os objectivos principais da APCC dividem-se em dois campos: diminuir a incidência dos cancros cutâneos através de campanhas de prevenção primária e aumentar a detecção precoce e o tratamento atempado dos cancros cutâneos através das campanhas de prevenção secundária.

  • Qual o cargo que ocupa na Associação?
    Pertenço à direcção da APCC com o cargo de Tesoureira.

  • O que o motivou a juntar-se à Associação?
    Sendo a associação uma instituição sem fins lucrativos, nenhum dos membros tem qualquer retribuição económica pelos cargos ou funções que ocupa ou desempenha. É comum a todos nós o interesse por melhorar as condições de saúde pública das populações assim como, enquanto dermatologistas, diminuir a morbilidade e mortalidade das doenças cutâneas, nomeadamente os cancros de pele.

  • Poderia explicar o trabalho desenvolvido pela Associação?
    A Associação tem vindo a desenvolver várias campanhas de prevenção primária dirigidas quer a crianças (infantários e escolas), quer a professores, farmacêuticos, enfermeiros, médicos (palestras, acções de formação), quer à população em geral (em fóruns, praias, locais públicos). Para isso desenvolveu um livro com informação dirigida a crianças, folhetos dirigidos à população e um CD com informação científica para formadores e professores, para além de cartazes com mensagens de prevenção que são afixados em várias cidades balneares no Verão.
    Na área da prevenção secundária é responsável pelo dia de rastreio nacional do cancro cutâneo que decorre nos hospitais públicos e por folhetos informativos para a população. Tem ainda uma revista médica redigida em inglês “Skin Cancer” de periodicidade trimestral.

  • Que tipo de actividades preventivas já desenvolveram?
    Tal como referido na pergunta anterior, todos os anos são efectuadas campanhas nas praias e cidades costeiras de prevenção primária do cancro de pele. Nelas são distribuídos folhetos com os cuidados a ter com o sol e com a pele. São também realizados inquéritos à população sobre hábitos de exposição solar. Têm ainda sido feitas várias campanhas em escolas primárias em que é distribuído um livro da associação feito especialmente para crianças (Livro do Zé Pintas). Todas estas acções são gratuitas e o material tem sido distribuído gratuitamente, contando apenas com o trabalho voluntário dos associados e colaboradores. Há ainda colaboração de vários membros da APCC em programas e revistas de informação sobre a temática do cancro cutâneo.
    A associação também realiza dois simpósios anuais (no Porto e em Lisboa) sobre a temática do cancro de pele e sua prevenção em que tem o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, da Ordem dos Médicos e da Direcção Geral de Saúde.

  • Os doentes costumam contactar com a associação? Quais os motivos que os levam a fazê-lo?
    AAPCC tem como principal alvo a prevenção. Os doentes que contactam a associação pretendem habitualmente informação concreta sobre um problema de cancro em particular.

  • De que modo é que os doentes de cancro cutâneo sentem um apoio por parte da associação?
    A associação tem disponível informação científica sobre a temática do cancro de pele no seu site. Sempre que possível redirige os doentes para os locais adequados, informando quais os locais públicos com consulta de dermatologia disponível.

  • Qual a importância do trabalho desenvolvido pela associação?
    Quando se fala em cancro de pele, fala-se em morbilidade e mortalidade. O cancro de pele mata. Se se puder diminuir o nº de doentes com cancro e alertar as populações para recorrerem ao dermatologista sempre que virem um sinal que mudou, pudemos realmente diminuir a incidência destas patologias. É esta a nossa missão: diminuir a incidência das doenças oncológicas cutâneas na população.

  • Qual o impacto que consegue notar/observar, desde que está ligado à associação, ao nível das actividades preventivas?
    Desde que se iniciaram as campanhas, conseguimos constatar quer pelos inquéritos realizados nas praias quer por observação directa de comportamentos que muito se tem evoluído em termos de comportamentos de exposição ao sol. Actualmente há uma maior preocupação com a protecção solar, havendo maior utilização dos produtos de protecção solar (cremes, sprays) e, sobretudo, maior protecção das crianças pequenas (ida para a praia em horas menos perigosas, uso de chapéu e camisola, por exemplo).

  • De que forma angariaram fundos para o desenvolvimento das actividades pretendidas?
    A associação sobrevive com os donativos e com os patrocínios de entidades privadas. Umas vezes em dinheiro outras vezes com materiais (impressão de folhetos, material promocional da associação fornecido por particulares). Foi ainda realizado um jantar de gala há dois anos em que participou a Drª Maria Cavaco Silva para angariar fundos. Também recebe fundos dos stands que participam nas reuniões anuais da APCC e da publicidade no site. Naturalmente, todos os donativos são bem-vindos e sendo a associação uma instituição sem fins lucrativos, não sobreviveria sem o trabalho (por vezes esgotante) dos voluntários.

Conclusão retirada da análise da entrevista:

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo é uma associação sem fins lucrativos e o seu principal objectivo é a prevenção, nomeadamente no fornecimento de informação através de campanhas de sensibilização, de acções de formação e palestras. Esta associação tem uma grande importância na sociedade uma vez que o cancro cutâneo mata. Esta pretende diminuir o número de casos de cancro no país, visto que a incidência deste problema tem vindo a aumentar exponencialmente. Para que este objectivo se realize é necessário um trabalho árduo por parte dos membros da associação, nomeadamente na distribuição de panfletos, na afixação de cartazes e na realização dos rastreios. Além disso, é necessário a adesão da população, para com o trabalho da associação.
Quando são contactados por doentes de cancro cutâneo, a associação redirige os mesmos para um local apropriado para o seu tratamento. O trabalho na APCC tem sido bastante produtivo, pois com os inquéritos realizados e a observação directa dos comportamentos dos indivíduos estes concluem que há uma maior preocupação na colocação de protector solar e uma maior protecção das crianças.

sábado, 7 de março de 2009

Entrevista à Psicóloga Ângela Rodrigues


No 2º Período, realizamos, entrevista à psicóloga Ângela Rodrigues. Esta psicóloga desenvolveu um estudo com uma amostra de alunos de uma escola do norte, sobre o comportamento dos mesmos durante a exposição solar. Deste modo, decidimos entrevistá-la com o objectivo de compreendermos em que consistiu o seu estudo, bem como os resultados e conclusões que foi possível obter. Assim, pretendemos entender a relação dos jovens com o sol e estabelecer uma comparação dos resultados que obtivemos no inquérito aplicado na nossa escola, com os resultados obtidos pela psicóloga. Além disso, esta entrevista irá ajudar-nos no decorrer do nosso Projecto.
  • Qual a sua formação em termos académicos?
Sou licenciada em Psicologia e fiz o ano passado mestrado integrado em psicologia da saúde.
  • Tomamos conhecimento que realizou um estudo sobre a protecção solar. Em que consiste o estudo?
O grande objectivo do estudo é analisar os factores que influenciam o uso do protector solar. Contudo, analisar a prevalência do uso do protector solar em jovens portugueses, constitui outro objectivo, dado que não existem muitos dados sobre isso.
Existe um estudo feito neste âmbito, mas já tem alguns anos e não fornece dados concretos quanto a este comportamento, e envolve o estudo dos tais factores nomeadamente ao nível das atitudes, da influência dos outros e na percepção que a pessoa tem se consegue ou não utilizar protector solar com o intuito de verificar o que é que influência este comportamento.
  • O que levou a realizá-lo?
Isto surgiu ainda, durante a licenciatura, de certa forma por sugestão de uma professora e na altura, dado que não sabia nada sobre protecção solar, decidi ler algo sobre isto.
O estudo que encontrei cativou-me bastante, e foi essa a razão que me levou a estudar comportamento das pessoas durante a exposição solar. Além disso, o facto do número de cancro de pele estar a aumentar em todo o mundo, nomeadamente em Portugal, constituiu também uma das razões. Verifica-se um número elevado de cancro de pele, melanoma e não melanoma e acho que esse número de cancro de pele é ainda mais alto do que nós pensamos. Algo interessante na altura, foi verificar que o protector solar é eficaz na prevenção do cancro de pele, assim pensei porque não estudar este comportamento? Dado que permite prevenir uma doença grave, tanto em termos mortais, como também no caso em que uma pessoa fica muito desfigurada.
  • A que tipo de recursos recorreu para a sua realização?
O estudo foi realizado através de inquéritos que apliquei em estudantes de uma escola secundária. Este estudo teve várias fases, não foi só um inquérito, foram vários, em vários momentos, para tentar perceber se havia uma mudança. Avaliei em Março e depois voltei a avaliar em Junho, para verificar se havia uma diferença em termos de comportamentos, uma vez que em Março não está propriamente muito sol.
  • Qual o tamanho da amostra onde aplicou o inquérito?
Inicialmente foram cerca de 177 participantes, depois no segundo momento de avaliação foram 156, os mesmos que responderam na primeira vez, por isso é que foram apenas 156. Na segunda vez consegui mais alguns participantes novos, que não tinham respondido na primeira vez, mas só inclui os 156 que tinham respondido nas duas vezes aos inquéritos, porque os estes não tinham todos as mesmas questões.
  • Qual o grupo alvo do estudo em questão?
Como já disse, inicialmente eram os estudantes do ensino secundário, tinha turmas de 10º, 11º e 12º ano de uma escola do concelho de Guimarães.
  • Que resultados obteve com o estudo realizado?
Os resultados foram um pouco de encontro ao que se tem obtido num contexto internacional, em outros estudos mundiais, ou seja, o uso do protector solar é muito baixo nos adolescentes. Neste estudo encontrei os seguintes resultados:
Só 14% dos adolescentes disse que usava regularmente protector solar;
Só 14% usava um protector solar com um índice maior de 15.
Isto é interessante, pois 14% dizem que usam frequentemente protector solar e depois 14% dizem que usam um índice superior a 15.
Eles podem dizer com que frequência usam protector solar, e depois se usam um factor de protecção superior a 15. Nesta questão podem dizer não ou sim, dado que podem utilizar um protector com um índice inferior a 8, ou inferior a 12, e já não é superior a 15. O índice de protecção solar 15 é o ponto de corte estabelecido, e existe concordância entre as várias instituições, por exemplo a Associação Americana do Cancro de Pele, a Associação Australiana e a Organização Mundial de Saúde consideram que o índice 15 é o ponto de corte, portanto é a partir deste que o protector solar é eficaz, protegendo das queimaduras solares.
O factor necessário vai variando consoante o tipo de pele, dado que uma pele sensível queima facilmente e a reacção que tem ao sol é mais imediata do que uma pele menos sensível. Portanto o protector solar tem de ter um factor de protecção mais elevado do que um tipo de pele moreno.
Uma das questões era "qual é o índice de protecção solar que normalmente usam", e fazendo a média daquilo que os alunos disseram, era mais ou menos 25, o que até não é mau, em termos gerais até é bom. Contudo o desvio é muito grande, muitos responderam que usavam 5, 6 e 8 e outros que usavam 60+, daí que a média seja 25, o que também pode estar aqui a influênciar é a questão do tipo de pele.
Em termos de outros resultados, também muito pertinente é a questão de quem é que usa mais, rapazes ou raparigas, de certa forma, não é novidade que as raparigas usam mais protector solar do que os rapazes, além disso também reaplicam mais vezes e tendem a usar um protector solar com índice superior a 15, ou seja para além de usarem mais têm um uso mais eficaz do protector solar.
Também tentei ver se havia alguma relação do uso do protector solar com os tipos de pele. Numa questão pedia-se ao aluno para identificar o seu tipo de pele e qual era a reacção desta ao sol.
A questão é que não encontrei diferenças a esse nível, o que é estranho, uma vez que outros estudos mostram que as pessoas com um tipo de pele mais sensível usam mais protector solar, dado que percebem que são mais susceptíveis, que se queimam mais facilmente, tentando-se proteger das queimaduras,
Penso que aquilo que pode estar a influenciar esta situação, é o facto dos adolescentes não perceberem que podem ter um tipo de pele sensível e que podem queimar mais e assim não são capazes de fazer uma correcta avaliação do seu tipo de pele. Avaliam-se com muito optimismo, porque acham que nunca nada vai acontecer, que só acontece aos outros.
Por estas razões, pode ter ocorrido um erro um erro na avaliação do tipo de pele, os jovens não sabem avaliar o seu tipo de pele. No total, 72 pessoas acharam que tinham um do tipo de pele 5 e 6, que são os tipos de pele atribuídos a pessoas de raça negra, e como eu estive envolvida em quase toda a recolha de dados, pude verificar que só haviam 3 pessoas de raça negra, portanto, as outras 69 pessoas avaliaram incorrectamente o seu tipo de pele. Além disso, os alunos podem não ter informação sobre isso, lembro-me que ao fazer uma acção de formação nessa mesma escola, com outros alunos que não participaram no estudo, quando chegava à parte de identificar o tipo de pele, toda a gente se enganava nesta identificação, tendiam a avaliar-se como menos sensíveis.
Com o estudo, descobri também que ter uma atitude mais favorável em relação ao uso do protector solar, isto é, se eu achar que traz benefícios eu utilizar protector, uso mais, e isto comprovou-se, o que também faz sentido. Além disso, a influência dos outros, também mostrou ser importante para o uso do protector solar, ou seja se os outros usam, mais facilmente eu uso.
Também mostrou ser pertinente a questão dos jovens planearem o uso do protector solar, isto é, colocarem na mochila, tentarem não se esquecer, e fazer estratégias, como pôr perto da saída, ou colocar num sítio visível para não se esquecerem de levar, ou pedir a alguém para se lembrar.
  • Que conclusões retirou do estudo?
Um das conclusões do estudo é que o uso do protector é baixo, por isso é necessário desenvolver programas, intervenções, e outras actividades para promover o uso do protector solar na adolescência.
Este tipo de acções de formação sobre a protecção solar é importante, e é ainda mais pertinente ser feita em adolescentes, porque a adolescência é um período crítico para o desenvolvimento de cancro de pele. Os estudos mostram que queimaduras solares na infância e na adolescência predizem no futuro o desenvolvimento de cancro de pele, por isso é neste período que se deve adoptar uma protecção eficaz.
Outra conclusão (que já referi anteriormente) é relação existente entre o sexo e o uso do protector. Por este motivo, ao serem realizadas acções de formacão, programas e intervenções na área da protecção solar, é importante ter em atenção que o sexo masculino constitui um grupo de risco e por isso deve ser um grupo prioritário.
Para além disso, as intervenções devem conduzir as pessoas a ter atitudes mais favoráveis, mostrando os benefícios da utilização do protector solar, também devem mostrar como ultrapassar a questão da influência dos outros. Tem de se fornecer às pessoas estratégias para lidar com a pressão social, e na adolescência ainda mais. Além disso, deve-se ensinar aos jovens como é que se coloca o protector solar, quando é que devemos colocar e quando é que devemos reaplicar.
O cancro cutâneo é aquele que se pode prevenir mais, porque o factor crucial para o cancro de pele é a exposição solar, ou seja, o factor que influência este cancro é comportamental, logo pode ser alterado e compete às pessoas fazê-lo.
Conclusão retirada da análise da entrevista:
Com a realização desta entrevista, foi possível tirar preciosas conclusões acerca da protecção solar em geral, que nos irão auxiliar no desenvolvimento do nosso projecto. Além disso, estabelecemos uma comparação entre os resultados obtidos pelo estudo da psicóloga e os que foram obtidos pelo nosso inquérito.
A Dra. Ângela Rodrigues, com a realização do seu estudo, concluiu que o uso do protector solar na adolescência é muito reduzido em geral, o que se trata de uma situação alarmante, visto que esta fase é crítica para o desenvolvimento de cancro cutâneo no futuro. As queimaduras solares na infância também predizem o surgimento deste tipo de cancro numa fase mais adulta. Outra conclusão bastante pertinente consiste na influência que os jovens têm entre si, ou seja, por vezes alguns jovens são levados à não utilização do protector apenas porque os seus colegas não o usam.
Por estes motivos, é necessário intervir com palestras, acções de formação e colóquios que forneçam informações e estratégias sobre a protecção solar, esclarecendo quais os benefícios de uma protecção eficaz. É urgente sensibilizar os jovens para a adopção de uma protecção solar saudável durante a exposição ao sol, de modo a modificar o comportamento de risco que a maioria dos jovens apresenta. Todas estas acções são bastante importantes, dado que o cancro cutâneo é aquele que se pode prevenir mais, apenas compete aos jovens alterar os seus comportamentos incorrectos face ao sol.
Relativamente aos resultados, verificamos que 56% dos alunos que responderam ao nosso inquérito usavam sempre protector solar durante a sua exposição ao sol, enquanto que apenas 14% dos alunos inqueridos pela psicóloga usavam regularmente protector solar. Como podemos observar, estes dados não se compatibilizam, uma vez que com o nosso estudo obtivemos uma maior percentagem de alunos a usar protector solar do que a psicóloga. Além disso, foi possível averiguar com o nosso estudo que 86% dos alunos utilizavam um índice de protecção solar maior que 15, o que não aconteceu no estudo da psicóloga que apenas obteve 14% dos alunos a usar um índice de protecção solar maior que 15. Esta situação pode ser explicada pelo facto da nossa amostra ser muito mais pequena que a amostra utilizada pela psicóloga, enquanto que 70 alunos responderam ao nosso inquérito, no inquérito da Dra. Ângela responderam 177. Outro facto que pode ter influenciado esta diferença entre os resultados pode estar relacionado com a dimensão do inquérito, visto que o questionário da psicóloga era muito mais elaborado e especificado, por se tratar de um estudo mais abrangente e aprofundado.
Por outro lado, verificou-se uma concordância relativamente à relação entre o sexo e o uso do protector solar, dado que os resultados que obtivemos nesta área aproximam-se dos resultados do estudo da psicóloga. Foi possível concluir que o sexo feminino tende a usar com uma maior frequência o protector solar, contrariamente ao sexo masculino. A média do índice de protecção solar obtido pelos dois estudos foi relativamente próxima, enquanto que no nosso estudo obtivemos uma média de 26, no estudo da psicóloga verifou-se uma média de 25. Estes resultados devem-se ao facto de alguns jovens terem respondido que usavam um índice de 2 e outros um índice de 60, o que leva a um grande desvio entre os resultados. Além disso, os tipos de pele também coincidiram, visto que nós obtivemos 35% dos alunos com pele do tipo moreno/escuro e a psicóloga obteve 41% de alunos com o referido tipo de pele. Como ja foi explicado anteriormente no dossier de projecto, na discussão dos resultados do estudo, os alunos inqueridos nos dois estudos realizados caracterizaram o seu tipo de pele com muito optimismo, levando a que estes seleccionassem uma resposta que identificava incorrectamente o seu tipo de pele.
Concluímos que a entrevista realizada à Dra. Ângela Rodrigues ajudou-nos bastante na interpretação dos resultados obtidos no nosso estudo, bem como no desenvolvimento do nosso projecto em geral. Como foi verificado, alguns dados não coincidiram devido à situação explicada anteriormente, mas foi possível encontrar uma certa concordância entre alguns dados.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Inquéritos

No desenvolvimento do nosso projecto, aplicamos um inquérito sobre o comportamento dos jovens durante a exposição solar em três turmas da nossa escola (numa turma de cada ano escolar do curso de ciências e tecnologias), no total de 70 alunos. Para este estudo, recorremos a um programa de estatística Statistical Package for the Social Science. Com os resultados obtidos, elaboramos os gráficos que se seguem.
O nosso grande objectivo, com este estudo, é avaliar os comportamentos e os hábitos dos jovens da nossa escola, durante a exposição ao sol.
Os resultados e os gráficos estão publicados no nosso blog, e será realizado um poster com esses mesmos dados, para afixar no bar da escola. Com estas actividades, pretendemos sensibilizar os alunos a mudarem os seus comportamentos de risco e a adoptarem uma protecção solar eficaz e segura. Deste modo, tencionamos que esta sensibilização tenha resultados benéficos no futuro, reduzindo os casos de cancro cutâneo, pois todos os comportamentos de risco durante a exposição solar nos jovens podem ser cruciais no aparecimento deste tipo de cancro no futuro.

Gráficos:























Discussão dos resultados obtidos nos inquéritos:

Com a realização deste inquérito à comunidade educativa, obtivemos preciosos resultados que nos permitiram analisar o comportamento dos alunos durante a exposição solar, bem como retirar algumas conclusões deste estudo. Todos os gráficos anteriores foram elaborados com os resultados obtidos nos inquéritos, além destes resultados obtivemos também outros de igual pertinência. Foi possível concluir que a média do índice de protecção solar utilizado pelos alunos inqueridos é de aproximadamente 26. Isto verifica-se, uma vez que alguns alunos responderam que usam um índice de protecção solar 2, enquanto que outros utilizam um de 60, existindo assim um grande desvio entre os resultados. Verificamos também que a média de queimaduras solares que cada aluno adquiriu neste verão foi de aproximadamente 3, o que é bastante grave podendo levar ao desenvolvimento de cancro cutâneo no futuro destes alunos.
Com este estudo, verificou-se uma situação alarmante na questão das queimaduras solares na infância dos alunos, dado que 52% dos alunos respondeu que tiveram queimaduras na infância. Verificamos também que apenas 9% dos alunos têm por hábito protegerem-se do sol com vestuário e chapéu e que só 11% nunca se expõe ao sol durante as 12h e as 16h, o que não se trata de uma situação saudável. Além disso, vimos que apenas 56% dos alunos usa sempre protector solar durante a exposição solar, apesar de metade dos alunos usarem sempre protector, não constitui um bom número, na medida em que a outra metade pode ter riscos de desenvolver cancro cutâneo no futuro. Para agravar esta situação, apenas 18,6% dos alunos reaplicam o protector solar.
Foi possível observar que os alunos do sexo feminino usam com mais frequência protector solar relativamente aos alunos do sexo masculino. Enquanto que 60% das raparigas responderam que usavam sempre protector solar, apenas 45% dos rapazes colocaram a mesma resposta.
Estabelecemos também uma relação entre os tipos de pele e o uso do protector solar e obtivemos que usam sempre protector solar: 37,5% dos alunos com pele clara que fica vermelha ao sol; 80% dos alunos com pele clara que bronzeia com dificuldade; 53,8% dos alunos com pele clara que bronzeia gradualmente; 50% dos alunos com pele morena que bronzeia facilmente. Estes resultados não vão exactamente de encontro aos estudos mundiais, dado que de acordo com estes, os indivíduos com tipo de pele mais sensível tendem a usar mais protector solar. Isto verificou-se, porque os alunos que responderam ao inquérito caracterizaram o seu tipo de pele com muito optimismo acabando por escolher uma opção que não identifica correctamente o seu tipo de pele, isto porque muitos jovens pensam que têm um tipo de pele moreno apenas por ficarem morenos no verão. Esta situação levou a um desacordo, visto que apenas 37,5% dos alunos que seleccionaram o tipo de pele clara que fica vermelha ao sol usam sempre protector solar, e deveria de ser este grupo a usar mais.
Nenhum dos alunos inqueridos tem familiares com cancro cutâneo, diminuindo assim probabilidade destes alunos desenvolverem cancro cutâneo, no entanto com os resultados obtidos no inquérito, concluímos que alguns alunos da nossa escola correm um risco elevado de desenvolver esta doença, uma vez que apresentam comportamentos incorrectos durante uma exposição solar.
Em conclusão, consideramos pertinente a sensibilização da comunidade escolar para a adopção de um comportamento seguro enquanto desfrutam do sol. Além disso, é importante elucidar os alunos sobre os riscos e problemas de saúde que uma exposição solar sem protecção pode causar.